Cinema Brasileiro - Estante Flor de Lis

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Cinema Brasileiro




Dia 19 de Junho é comemorado o Dia do Cinema Brasileiro.

Neste dia, no ano de 1898, o cinegrafista e diretor ítalo-brasileiro, Afonso Segreto, fez o registro das primeiras imagens em movimento no Brasil.

Alguns preferem celebrar a data em 05 de novembro, que é o aniversário da primeira exibição pública de cinema no país.

Sendo assim, achei interessante trazer para post algumas obras do cinema brasileiro que foram adaptadas ou inspiradas em obras literárias de grandes escritores nacionais.

Selecionei 23 dos diversos livros que passaram das páginas para as telonas. 

São dos mais variados tipos, alguns mais conhecidos, outros menos. Algumas obras clássicas, presentes no dia a dia dos estudantes desde sempre e admirados pelos apaixonados pela literatura nacional. 


🎬 A Hora da Estrela (Clarice Lispector)



O livro foi publicado em 1977. O romance narra a história da datilógrafa alagoana, Macabéa, que migra para o Rio de Janeiro, tendo sua rotina narrada por um escritor fictício chamado Rodrigo S.M. A Hora da Estrela ainda traz consigo as questões filosóficas e existenciais que dão o tom característico da autora no romance. 

Em 1995 foi adaptado para o cinema com a direção de Suzana Amaral. O filme mostra o mundo de Macabéa, uma nordestina que vive no Rio de Janeiro, trabalha como datilógrafa, gosta de ouvir rádio, comer cachorro-quente e não possui ambições na vida. 


🎬 Vidas Secas (Graciliano Ramos)

 


Publicado em 1938 o livro aborda a problemática da seca e da opressão social no Nordeste do Brasil. 

Foi adaptado para o cinema 1963, dirigido e adaptado por Nelson Pereira dos Santos. Baseado no livro de Graciliano Ramos, a história é sobre a vida no sertão e a tentativa de fugir da seca. Uma obra riquíssima que possui grandes personagens, como Fabiano e a cachorra Baleia. 


🎬 Meu pé de laranja lima (José Mauro de Vasconcelos)



É um romance juvenil escrito por José Mauro de Vasconcelos e publicado em 1968. 

A versão para o cinema ocorreu em 2012, com direção de Marcos Bernstein. Na obra, vamos conhecer a história do menino Zezé, que pertencia a uma família muito pobre e numerosa. Além dessa adaptação de 2012, há outras anteriores para o cinema e também para a televisão. 


🎬 Morte e vida Severina (João Cabral de melo Neto) 



Um poema narrativo do escritor brasileiro João Cabral de Melo Neto, publicado em 1955. 
A adaptação foi feita em 1977, com direção de Zelito Viana. A história é sobre o retirante Severino e todo o seu sofrimento. 



🎬 Macunaíma (Mario de Andrade)



Um dos grandes romances do Modernismo brasileiro, foi escrito em 1928 por Mário de Andrade. 

No cinema, a adaptação (direção e roteiro) chegou em 1969, por Joaquim Pedro de Andrade. O personagem principal da obra é Macunaíma, um anti-herói que representa o próprio povo brasileiro.



🎬 O Quatrilho (José Clemente Pozenato) 



O livro foi publicado em 1985, dez anos depois, em 1995, foi adaptado para o cinema e dirigido por Fábio Barreto. Recebeu a indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1996.

A história de passa em 1910, numa comunidade rural no Rio Grande do Sul habitada por imigrantes italianos, dois casais muito amigos se unem para poder sobreviver e decidem morar na mesma casa. Mas o tempo faz com que a esposa (Patricia Pillar) de um (Alexandre Paternost) se interesse pelo marido (Bruno Campos) da outra (Glória Pires), sendo correspondida. Após algum tempo, os dois amantes decidem fugir e recomeçar outra vida, deixando para trás seus parceiros, que viverão uma experiência dramática e constrangedora, mas nem por isto desprovida de romance.



🎬 Bellini e a Esfinge (Tony Bellotto) 



Tony Belloto escreveu o romance policial Bellini e a Esfinge em 1995. A história é sobre o detetive Remo Bellini, quando ele se infiltra no submundo paulista para desvendar um crime. 

No cinema, a adaptação chegou em 2001, com direção de Roberto Santucci e roteiro do próprio autor e Alexandre Plosk.



🎬 O Guarani (José de Alencar) 



O romance histórico de José de Alencar, O Guarani, saiu em forma de folhetim em 1857. 

Foi adaptado a cinema pela primeira vez em 1912, num filme mudo hoje considerado perdido. Em 1979 foi novamente adaptado, num filme a cores sonoro, realizado pelo cineasta Fauzi Mansur e estrelado por David Cardoso. Em 1991 foi adaptado a minissérie pela hoje inexistente cadeia de televisão TV Manchete que contava com Angélica no papel de Cecília e Leonardo Brício no papel do Peri. 

Até ao momento a última adaptação ao cinema foi em 1996, realizado por Norma Bengell. 


🎬 Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis) 



Machado de Assis, escreveu Memórias Póstumas de Brás Cubas em 1880. 

Para o cinema, chegou em 2011, com direção e roteiro de André Klotzel. 

Na obra, depois de morto, o personagem Brás Cubas decide narrar a própria história e revisitar os fatos mais importantes de sua vida. 



🎬 O Pagador de Promessas (Dias Gomes) 



Escrito no final da década de 60 pelo dramaturgo Dias Gomes, O Pagador de Promessas inspirou o longa-metragem, escrito e dirigido pelo ator e cineasta Anselmo Duarte, que conquistou um dos mais importantes prêmios cinematográficos do mundo: a Palma de Ouro do Festival de Cannes, na França. Até hoje, “O Pagador de Promessas” foi o único filme brasileiro a ganhar esse prêmio.

A história se passa durante a década de 60, onde Zé do Burro é um homem humilde que enfrenta a intransigência da Igreja ao tentar cumprir a promessa feita em um terreiro de Candomblé de carregar uma pesada cruz de madeira por um longo percurso. 

Zé do Burro é o dono de um pequeno pedaço de terra no interior da Bahia. Seu melhor amigo é um burro chamado Nicolau. Quando este adoece e não se consegue fazer nada para que o animal melhore, ele faz uma promessa a uma Mãe de Santo do Candomblé: se seu burro se recuperar, promete dividir sua terra igualmente entre os mais pobres e carregará uma cruz desde sua terra até a Igreja de Santa Bárbara em Salvador, onde a oferecerá ao padre local. Assim que seu burro se recupera, Zé dá início à sua jornada. 



🎬 Cidade de Deus (Paulo Lins) 



O romance escrito por Paulo Lins em 1997 e baseado em fatos reais, mostra as transformações sociais pelas quais passou o conjunto habitacional Cidade de Deus, que inicia-se na criminalidade dos anos 60 à situação de violência generalizada e de domínio do tráfico de drogas da década de 1990.

Cidade de Deus, dirigido por Fernando Meirelles, chegou no cinema em 2002 e fez muito sucesso. É uma adaptação roteirizada por Bráulio Mantovani a partir do livro. 



🎬 Elite da Tropa ( Luis Eduardo Soares, André Batista e Rodrigo Pimentel)



O livro “Elite da Tropa”, escrito pelos ex-policiais André Batista e Rodrigo Pimentel e publicado em 2006, deu origem ao filme Tropa de Elite, do cineasta José Padilha, lançado nos cinemas em 2007. 

Ainda sob a mesma direção, Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora É Outro, lançado em 2010, tornou-se sucesso de bilheteria nacional. 



🎬 Sonhos Tropicais (Moacyr Scliar)





Livro publicado por Moacyr Scliar em 1992, a história, “além de acompanhar a trajetória de um homem cujos métodos levaram à eclosão da famosa Revolta da Vacina, delineia o panorama de uma época crucial, fazendo o diagnóstico de uma sociedade que, travada pela miséria e pelo atraso, abre-se com relutância para a modernidade.” 

O drama foi adaptado para o cinema em 2001, dirigido por André Sturm e com roteiro de André Sturm, Fernando Bonassi e Victor Navas. 



🎬 O Auto da Compadecida (Ariano Suassuna)


 

Outro clássico que ganhou as telonas foi O Auto da Compadecida. 

A obra, criada pelo escritor e dramaturgo Ariano Suassuna nos anos 1950, chegou ao cinema em 1999, sendo então dirigido pelo cineasta Guel Arraes com roteiro da escritora Adriana Falcão. 

O livro conta as peripérsias de João Grilo e Chicó que são os amigos inseparáveis e protagonizão a história vivida no sertão nordestino. Assolados pela fome, pela aridez, pela seca, pela violência e pela pobreza, tentando sobreviver num ambiente hostil e miserável, os dois amigos usam da inteligência e da esperteza para contornarem os problemas.



🎬 Divã (Martha Medeiros)



O livro foi publicado em 2002 por Martha Medeiros, foi adaptado para o cinema em 2009.

Com um público de 1,5 milhão de espectadores, Divã, o Filme foi dirigido por José Alvarenga Jr. e inspirado no livro de Martha Medeiros. 

Na obra, “Mercedes, uma mulher com mais de 40, casada e com filhos, resolve fazer terapia. O que começa como uma simples brincadeira acaba por se transformar num ato de libertação.” 

A continuação foi lançada em 2015. 



🎬 Estação Carandiru (Drauzio Varella) 



Estação Carandiru é um livro do médico, professor e escritor Drauzio Varella, que conta sua experiência como médico voluntário, a partir de 1989, na Casa de Detenção de São Paulo. 

O filme, Carandiru, de 2003, foi dirigido por Hector Babenco. 

A história aborda o cotidiano da extinta “Casa de Detenção”, mais conhecida por Carandiru, antes e durante o massacre ocorrido em 1992, em que 111 presos foram mortos pela polícia.



🎬 Triste fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto) 





O livro Triste fim de Policarpo Quaresma foi publicado em 1915 e é considerado um grande representante do pós-modernismo brasileiro. 

No cinema, Policarpo Quaresma chegou em 1998, com direção de Paulo Thiago. 

Na história, “Policarpo Quaresma é um sonhador e um nacionalista que atua no Congresso e quer que o idioma tupi-guarani seja o oficial no Brasil, mas ele foi visto pela sociedade como louco e acabou indo parar no hospício.” 


🎬 A Arte de Produzir Efeito Sem Causa (Lourenço Mutarelli)



O Cheiro do Ralo é um filme produzido e distribuído em 2007, com roteiro baseado no romance de Lourenço Mutarelli, chamado A arte de produzir efeito sem causa. 

A obra é sobre Junior, que, “depois de largar o emprego e a mulher por motivos que guardam uma infeliz coincidência, ele pede abrigo na casa do pai. Sem dinheiro nem perspectivas, seus dias se dividem entre o velho sofá da sala transformado em cama, o bar onde bebe com desocupados e as conversas com a jovem e inquilina do pai, Bruna.” 



🎬 A Ostra e o Vento (Moacir C. Lopes) 




Livro lançado em 1964 teve sua adaptação para o cinema em 1996, dirigido por Walter Lima. 

Na história, Marcela, vive com o seu pai em uma ilha distante do litoral. Ele é o responsável pela manutenção do farol da ilha e sufoca a própria filha com uma relação abusiva. 



🎬 O Coronel e o Lobisomem (José Cândido de Carvalho)
 



O Coronel e o Lobisomem chegou aos cinemas em 2005. É uma adaptação do livro escrito por José Cândido de Carvalho. 

Adaptado com justiça ao cinema, "é diversão literária para quase todas as idades. Conta a história de Ponciano de Azevedo Furtado, que enlouquece depois de deixar o campo pela cidade. Tudo isso, porém, numa linguagem viva, com situações que alternam o humor e o fantástico e com direito a sereias, onças, rabos de saia e – claro – o tal do lobisomem do título.” 



🎬 Menino do Engenho (José Lins do Rêgo) 




Publicado em 1932, o livro foi aclamado pela crítica brasileira por retratar a decadência do Nordeste canaviano. 

A narra a história de Carlinhos, que ao perder sua mãe muda-se para a casa de seu avô, lugar em que toda a narrativa vai ganhando cor. Nesse espaço, o engenho, a obra nos conta a história de um menino puro que ao passar do tempo vai se tornando um menino libertino (assim o chamavam no engenho), por conhecer tão cedo a vida sexual. Dentro desse cenário, contando a história da infância de Carlinhos, o autor leva-nos a conhecer a realidade social, política e econômica daquela região nordestina. 

Adaptado para o cinema em 1965, foi dirigido por Walter Lima Jr. e tem Antônio Pitanga no elenco. 



🎬 A Moreninha (Joaquim Manuel de Macedo) 




A moreninha é considerado o primeiro romance romântico brasileiro. A obra, escrita por Joaquim Manuel de Macedo, foi publicada em 1844 e dá os primeiros passos para o Romantismo tipicamente brasileiro. 

Na história, quatro estudantes de Medicina (Filipe, Leopoldo, Augusto e Fabrício) passam o feriado na casa da avó de Filipe, na ilha de Paquetá. Um deles apostou que se ficasse apaixonado por uma mulher por mais de quinze dias, escreveria um romance contando a história desta paixão. A partir daí, Augusto conhece Carolina (a Moreninha) por quem se apaixona. O único obstáculo à união dos dois é a promessa de fidelidade feita pelo estudante a uma menina que conhecera na infância e cujo paradeiro e identidade desconhecia. 

A adaptação cinematográfica veio em 1970 e ficou por conta do diretor Glauco Mirko Laurelli e conta com Sonia Braga no elenco. 



🎬 Dom Casmurro (Machado de Assis) 




Um dos clássicos da literatura brasileira. O livro, escrito por Machado de Assis em 1899, já foi adaptado para o cinema duas vezes. 

A primeira versão é de 1968 e foi dirigida por Paulo César Saraceni, enquanto a segunda versão foi dirigida por Moacyr Góes em 2003 e conta com Marcos Palmeiras e Maria Fernanda Cândido no elenco. 

A obra conta a história de Bento Santiago (Bentinho), apelidado de Dom Casmurro por ser calado e introvertido. Na adolescência, apaixona-se por Capítu, abandonando o seminário e, com ele, os desígnios traçados por sua mãe, Dona Glória, para que se tornasse padre. Casam-se e tudo corre bem, até o amor se tornar ciúme e desconfiança. É esta a grande questão que magistralmente Dom Casmurro expõe ao longo de 148 capítulos: a dúvida que paira ao longo de toda a obra sobre a possibilidade de traição de Capítu, agravada pela extraordinária semelhança do filho de ambos, Ezequiel, com o grande amigo de Bentinho, Escobar.



E aí, curtiram?! 
Nosso país tem uma cultura incrível né?

Sou muito sincera em dizer que eu particularmente não sou uma leitora ou espectadora fervorosa dos livros e filmes nacionais.
É questão de gosto mesmo, mas super apoio o incentivo a arte nacional, nossa cultura é muito rica e variada, e ao longo dos anos vem crescendo e melhorando muito!

É isso pessoal, até a próxima!

Beeijo!

2 comentários

  1. Olá...
    Amei o post! Sua lista está recheada de livros maravilhosos e filmes incriveis! Já li vários livros dessa lista, inclusive, um deles é o meu favorito da vida: Dom Casmurro!
    Amei o post!
    Bjo

    http://coisasdediane.blogspot.com/

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  2. Ahh que legal!!! Clássicos são clássicos né?!

    Bjo!!!

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